Simone e Edgar apressaram-se a retirar Mário e Cecília do interior da morgue. Fecharam a pesada porta e continuaram a ouvir os graves ruídos constantes. Mário foi o primeiro a levantar questões: - Vamos deixá-los ali? - Edgar respondeu de imediato: - O que sugere? Servir um "cházinho" de tília a todos eles, e dar-lhes a notícia de que morreram acompanhada de bolo de iogurte? - Simone reparou instantaneamente no silêncio mórbido de Cecília e, ainda com o fato macaco vestido, abraçou-a. - Vamos encontrar uma solução. - Mário e Edgar ainda trocavam palavras azedas. O primeiro por defender os direitos de todos que sofregamente tentavam sair da escuridão da morte. O segundo por pensar ser impossível manter todos calmos e estóicos.
No clímax da questão Simone sugeriu introduzir na ventilação do edifício uma solução que causasse sonolência em todos os infectados (agora ressuscitados). Edgar achou a ideia brilhante: - Isso é genial! Assim temos tempo para perceber o que se está a passar. - Mas Mário lançou uma questão que evidenciava o seu ponto de vista relutante: - Mas eles não têm um metabolismo funcional. Como é possível que a droga faça efeito? - Desta vez Simone respondeu ironicamente: - Como é possível que tenham acordado? - Todos os olhares se fixaram em Cecília, que completou o resto da ideia: - Não há como tentar...
Os sons continuavam a ecoar entre as paredes e as portas, a vibração sentia-se no chão e no tecto. Enquanto Simone e Edgar tentavam encontrar uma droga que adormecesse todo o edifício, Cecília e Mário tentavam encontrar um fato para que a rapariga morta pudesse ficar protegida do sono não eterno.