domingo, abril 22

We Bought a Zoo

Para os amantes da natureza...

Dos pouco filmes de Cameron Crowe (Vanilla Sky e Elizabeth) que tive oportunidade de ver, consegui entender que este homem tem um particular fascínio pelas relações amorosas e emocionais entre seres humanos, o que confere uma magia muito própria no ecrã, que fica reforçada com a fotografia graciosa que utiliza.
Escrevendo mais propriamente sobre o filme com Matt Damon e Scarlett Johansson nos principais papeis, pode concluir-se que não é nada de transcendente, nem perto do extraordinário, é simplesmente natural.
Pessoalmente sou muito suspeita porque tenho um especial amor e carinho aos animais, por esse motivo qualquer filme em se veja nascer um pintainho para mim é divino... Contudo, o meu discernimento mantêm-se e reconheço que apesar da bem conseguida realização, existem momentos em que os diálogos são pobres e as performances muito forçadas, conferindo momentos que desiludem o espectador.
Apesar de tudo é um filme amoroso, que chega a emocionar com profundidade...

segunda-feira, abril 16

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E o número da perfeição dá lugar a um filme perfeito...

Estou num momento da minha vida pessoal em que cada vez mais lisonjeio e aprecio com extrema avidez o cinema Francês/ Alemão. Talvez porque não seja tão comercial como o Americano ou até mesmo o Indiano, assim com o passar dos anos o cinema Britânico, Francês e Alemão têm ganho um especial apresso pela minha pessoa (futuramente espero que o Italiano e Coreano também me conquistem).
Hanna e Simon são um comum casal sem filhos, sem nada que os ligue para além da "lenha molhada" de uma paixão apagada, da relação intelectual que se prende muito na cultura, e também pela rotina, a mortal inimiga das relações contemporâneas. O modernismo transformou a sociedade e o seu quotidiano, destruiu todas as relações emocionais que existem entre humanos, assim cada vez mais constatamos a procura pelo desconhecido através do adultério, das fantasias sexuais, de experiências homossexuais e sobretudo da incessante busca pelo sentido da vida e da morte. Alguns defendem que a tecnologia e a evolução que esta sofreu, trouxe consigo uma perda abismal de valores morais e éticos que poderão facilmente ter ocorrido devido a um desprendimento das relações humanas em prole das relações tecnológicas. De um modo geral, a perda de fé e de um guia espiritual leva homens e mulheres a procurarem algo mais para "mover" as suas vidas...
Este filme não é de todo uma crítica à sociedade é mais do que isso, é uma mensagem que devemos interiorizar e reflectir por forma a tentar explorar as nossas acções e sobretudo a sua essência.
Penso que existe, ao longo da narrativa, um forte paralelismo com a religião e sobretudo com a evolução intelectual e atrofiamento do plano espiritual. Esta ideia do adultério como um sinal de descrença na própria essência do matrimónio (que é um dos grandes pilares da igreja) conduz a uma interpretação muito pessoal e muito moldável, essa subjectividade é uma particularidade que torna este filme tão especial, e ao mesmo tempo complexo.
Com um argumento arrepiante, ao som de um melódico sotaque francês (porque vi o filme dobrado em Francês), deixa o espectador estupefacto! Tom Tykwer (O Perfume) consegue atingir níveis de perfeição ao nível do argumento e realização quase inexplicáveis, que são complementados com um elenco de actores extraordinários.
Um filme brilhante, excepcional e sobretudo imprescindível...

quarta-feira, abril 11

The Borgias Season 2 Review


Atenção contém Spoillers

Finalmente após alguns meses de angustia pode dizer-se que "Quem espera sempre alcança". Neste caso concreto alcança um episódio que promete uma temporada conflituosa, sangrenta, sensual, mas acima de tudo isto emocionante.

Iniciamos a segunda temporada com um Cesare muito mais racional, com laivos de premeditação macabra, mas também conseguimos observar momentos de raiva que futuramente poderão levar à loucura. Juan regressa com um carácter ainda mais disfuncional com tendências egocêntricas terrivelmente evidentes. Continua a fiel e tóxica relação entre pai e filhos onde Alexandre prima pela defesa da família e dos seus valores (ainda que bastante desviados do convencional) que culmina numa tentativa paterna de aliar os filhos homens da família, Juan e Cesare, tentativa essa que não parece dar frutos. Lucrezia permanece, por enquanto, muito à margem dos problemas familiares pelo que não tardará em incluir-se na narrativa criminosa dos seus compatriotas consanguíneos.
Este episódio primou na preparação para o que se irá passar no ecrã brevemente, um regresso ainda muito contido, mas com laivos de brutalidade e sensualidade que prometem ser o centro de todas as disputas na casa papal.
Neil Jordan revela ser um homem prevenido e inteligente quando assume o papel de realizador e argumentista garantindo assim uma fiabilidade enorme no argumento e projecção final da ideia original. A principio pode parecer completamente idiota o que acabo de referir, mas se pensarmos com cautela percebemos que toda a extraordinária conexão entre personagens, diálogos e espaço estão incrivelmente bem dirigidas, tudo isto se deve a uma eficaz comunicação entre estes dois departamentos o argumento e a realização, que têm a mesma origem, o intelecto de Jordan.

Promete: Crime, Poder, Guerra, Lucro e Luxo...
Espero: Muito mais do que isso!