segunda-feira, setembro 23

Dexter Series Finale Review - O Final de Dexter

O pecado não é absolvido, é amadurecido pela dor.

Termina aquela que para a maioria de todos nós é a melhor série dos últimos anos, e uma das melhores de sempre. Dexter primou por nunca perder o ritmo, o interesse ou a originalidade. O percurso conturbado e complexo de um homem que aprendeu a amar, a crer e a sonhar, um caminho que dificilmente vamos esquecer.
Este final dos Morgans foi fascinante, o elo entre os dois irmãos, as consequências das suas acções, a dormência das suas palavras e o peso das suas consciências foi algo que tornou este final tão especial. Mas nem tudo são rosas neste final de Dexter, a morte de Debra é o clímax de todo o episódio e talvez de toda a série, mas honestamente foi a única coisa que fez sentido neste final, a viagem da Hannah com o Harrison não fez grande sentido, assim como a súbita e misteriosa sobrevivência de Dexter à tempestade, ainda assim consigo arranjar uma explicação para este fim, ainda que me pareça um pouco forçada. O milagre não se deu porque o serial killer merece viver, mas sim, porque ele merece sofrer; e que maior sofrimento do que viver só, sem um veio de coragem para se suicidar? Talvez resida ai a grande mensagem desta magnifica série. Apesar dos episódios anteriores serem um pouco descabidos e irracionais, parece que no meio do caos, os realizadores e argumentistas encontraram a harmonia.
Tenho ainda a lamentar que tivessem deixado a personagem de Batista e Masuka ficarem sem grande sentido, sobretudo depois do aparecimento da filha de Masuka, que ficou completamente descontextualizado na narrativa.
Destaco Jennifer Carpenter pela sua magnifica actuação ao longo de toda a série, assim como Michael C.Hall, que dispensa qualquer comentário ou elogio, porque a sua supremacia é indescritível.
Despeço-se daquela que faz parte do meu role de séries favoritas e da personagem que mais marcou no pequeno ecrã.

Até sempre Dexter Morgan!

terça-feira, setembro 10

The Butler - O Mordomo

A vida de mordomo elevada ao seu tímido esplendor.

Lee Daniels regressa com mais um fabuloso filme sobre a comunidade africana nos Estados Unidos da América, e como sempre, fez jus ao seu elevado nome como realizador.
O filme não é completado por grandes cenários é sobretudo sustentado por excelentes performances, sobretudo do grande e glorioso Forest Whitaker, também marcantes interpretações de Jane Fonda, Alan Rickman, Robin Williams, John Cusack e Terrence Howard. E uma banda-sonora maravilhosa, com assinatura Portuguesa de Rodrigo Leão que, tal como afirmou Oprah Winfrey, "eleva o filme" a uma magnificência fabulosa. Ainda por cima de tudo isto repousa um argumento fantástico, sustentado por temáticas controversas e já algumas vezes retratadas no cinema contemporâneo, tais como, a óbvia discriminação social, os movimentos  políticos e estratégicos e, sobretudo, o contraste da realidade feminina e masculina dos afro-americanos nos anos 60.
Toda a história envolve, comove, insiste em fascinar e em tornar o filme mais humano. E essa sim, é a verdadeira essência do cinema, questionar, criticar, sofrer e transformar, provando que existe mais no homem para além daquilo que se vê.