sábado, março 30

Comboio Nocturno para Lisboa

Um homem enfadonho, assombrado pela monotonia, resolve viajar no tempo...

Um filme tipicamente pós 25 de Abril chega aos cinema mais de meio século depois, com uma voz amargurada de revolta. 
Quem diria que Jeremy Irons iria ser o homem que caminharia pela calçada Lisboeta numa tentativa incessante de procurar história nacional (e patriota), como forma de encontrar rumo para a sua bússola existencial. O actor procura rumo para a sua interpretação e em muitas ocasiões encontra-a, mas perde-a com muita facilidade. A história tem um potencial abismal que se perde numa realização fraca, num argumento confuso, numa banda-sonora enfadonha, e com algumas interpretações demasiado teatrais.
Surpreendentemente os Portugueses foram gloriosamente dos melhores actores em cena, com Marco D'Almeida e Adriano Luz que são donos dos melhores momentos na tela. Louva-se Jeremy Irons, Charlotte Rampling e Lena Olin, no que respeita a Jack Huston, depois de o ver em Boardwalk Empire é difícil revê-lo numa performance inferior, no entanto não esteve muito mal. Lisboa está perfeita como sempre, com uma fotografia que não lhe faz jus.
Um filme patriota, mas mal conseguido, mais um potencial drasticamente arruinado.

sexta-feira, março 15

De Rouille et d'Os - Rust and Bone

O que somos por dentro, o que somos por fora, o que fomos um dia, o que somos agora...

De Rouille et d'Os dispensa quaisquer elogios no argumento e na interpretação, desintegra palavras na fotografia e na montagem, eleva-se nos sons e no silêncio.
Toda a alma humana, por mais nobre que seja, tem laivos de egoísmo, momentos de insanidade moral, e pensamentos destrutivos. A maioria (para não dizer a totalidade) de nós vive enclausurado numa esperança efémera de algo melhor, numa nuvem indiscreta de uma promessa mal feita de que um dia teremos o que desejamos, de que a vida é miserável agora mas, que daqui a três dias será deslumbrante. E se a vida se tornar um Inferno desesperante? Se tudo o que é banal se tornar um precipício? Será que ai abrimos a gaveta e percebemos que o bem mais precioso de todos esteve todo este tempo ao nosso lado? É mesmo preciso perder tudo, ficar sem nada e perceber que afinal sempre fomos inteiros? Parece claro que sim.
Esta narrativa poderosa de um homem quebrado e de uma mulher perdida, pode esclarecer qualquer dúvida do comportamento humano. Um par de actores com um imenso magnetismo que contam uma história que nos toca, impressiona e que se sente, onde no final nos faz correr para os braços de quem achávamos que ia durar para sempre... 
No fim o que nos une, é a força do destino, a intensidade das palavras, acima de tudo, a vontade de viver amando.

Jacques Audiard (Un Prophete) conseguiu mais um filme de excelência.

domingo, março 10

Brevemente...

As séries que nos deixam completamente descontrolados e fervorosamente ansiosos, vão estrear em Março e Abril. 
Ready for the new Winter? 
Ready for an Unholy Pray?

Game of Thrones


The Borgias


Até lá... Bons Filmes! ;)

Os melhores de 2012


Este ano foi particularmente fácil de distinguir os melhores...

1º A Vida de Pi
2º Extremamente Alto Incrivelmente Perto
3º Amigos Improváveis
4º Amour
5º O Artista
6º Vergonha
7º As Vantagens de Ser Invisível
8º Looper
9º O Cavaleiro das Trevas Renasce

Estes foram para mim os filmes que marcaram 2012...