terça-feira, julho 28

Game of Thrones - Season 5 Review


O jogo de impérios começa a ruir.

Já terminou a quinta temporada de Game of Thrones, o que há a dizer sobre isto?
Atrevo-me a dizer que nada de bom. Não há absolutamente nada de positivo a dizer sobre estes meses de expectativas. 
O afastamento dos livros era inevitável e expectável, até certo ponto, poderia ser algo interessante, mas não foi.
Percebe-se claramente uma diferença de rumo, algo que não é propriamente negativo, o problema é que nada parece fazer sentido e se revela haver esforço para o conseguir. O próprio diálogo está muito mais fraco, muito mais previsível e menos enigmático. Isto estrondosamente visível nas personagens de Cersei Lannister, Bronn, Varys e sobretudo Tyrion Lannister.
As interpretações não divergem muito daquilo que já foi visto, são todas muito empenhadas e interessantes. Nesta temporada destaco Sansa Stark, uma personagem para quem é escolhido um rumo penoso e exigente e, que corresponde em termos de interpretação, ao esperado. Pelo caminho ficam nomes como Arya Stark e Jamie Lannister que são esquecidos e vêem as suas personagens com uma história própria mas muito pouco fundamentada e desinteressante. A personagem de Petyr Baelish está bem explorada mas muito mal fundamentada, é um desperdício arrepiante do potencial do actor e respectiva interpretação. O mesmo acontece com nomes como Margaery Tyrell, Brienne e Theon Greyjoy que poderia ter um destino bem mais digno. Ainda acredito que isso possa acontecer na próxima temporada.
Um facto irritante que pode ser verificado em todos os episódios (com excepção do último) é que estamos cerca de 50 minutos sem acontecer absolutamente nada de interessante, e nos últimos 5 minutos parece que há uma rapidez desesperada de acabar de forma épica. Eu sei que isso também acontece nas temporadas anteriores, mas o verdadeiro problema é que não há nada de interessante para além daqueles 5 minutos finais.
Após 10 episódios de Game of Thrones é de salientar que as histórias de Jon Snow, Daenerys Targaryen e Jamie Lannister só evoluem no último episódio, facto que me deixa com vontade de só ver o último episódio da próxima temporada.
Sinceramente espero que os realizadores, argumentistas e produtores aprendam com os erros cometidos nesta temporada de "experimentações" e que consigam encontrar um novo rumo mais apelativo aos fãs de Game of Thrones
Foi uma desilusão, mas ainda há esperança, o inverno ainda não chegou...


Inside Out

A felicidade não existe sem a tristeza...

Inside out é novo filme da Disney Pixar que promete estar presente nos óscares deste ano. 
É um filme maduro e construído a pensar (literalmente) em adultos e pré-adultos, pode divertir os mais pequenos e apaixonar o graúdos.
A exploração daquilo a que chamamos emoções está construída de uma forma prudente e simples, ensina-nos quais as reacções mais básicas do ser humano, e como elas se combinam para formar aquilo a que chamamos de sentimentos. O crescimento e amadurecimento das emoções é o principal tema do filme e, por esse motivo, torna-se mais envolvente e, de certa forma, pessoal. É interessante perceber como gerimos os nossos sentimentos e como somos dominados por cada um deles.
Numa interpretação muito subjectiva deste filme, diria que todos nós, humanos, caminhamos para àquilo a que chamo de equilíbrio mental e emocional. Acho que este é o lema mais profundo e enriquecedor do filme. Conhecendo a filmografia dos criadores, Peter Docter (UP, Toy Story e Wal-E), eu diria que o centro deste projecto seja mesmo a lição de psicologia por detrás dele. Ronaldo Del Carmen é quase uma estreia nesta dimensão, pois está mais relacionado com a direcção artística (Brave e Ratatui).
Tenho pena de não ter ido ver a versão original ao invés da portuguesa, apesar disso achei que a dobragem estava interessante.
Como amante da animação e dos filmes da Disney, tenho a dizer que foi uma experiência divertida!
Promete ir aos óscares e promete ganhá-los. Vamos ver como serão os filmes de animação daqui para a frente, ainda assim, todos eles encontram o forte adversário, um filme da Disney.

domingo, janeiro 18

Late Blooming Sunflower (Osozaki no Himawari )


A terra gira em torno do sol, mas e nós girassóis? Giramos em torno de quê?

Osozaki no Himawari é uma narrativa sobre a descoberta daquilo que faz florescer a nossa essência, sobre as pontes que atravessamos, os trilhos descompensados e as mágoas recalcadas. Levanta a questão de como tudo isso transforma as nossas escolhas em perigos eminentes ou simples golpes de sorte, como cada pessoa toca a nossa vida, como cada gesto transforma a nossa percepção sobre alguém.
Tecnicamente não há nada relevante a dizer, a fotografia é muito interessante, a banda-sonora é simples (tal como todo o perfil técnico) mas cumpre o objectivo de intensificação dos momentos mais importantes. Os actores não têm grandes divergências de interpretação, talvez se note algum destaque das personagens principais, mas nada que mereça ser relatado.
Confesso que a minha experiência em cinema asiático é fundamentalmente escassa, sendo que a minha opinião não surpreenderá os mais atentos ao género. Mas daquilo que consegui perceber, a frieza que os caracteriza é somente superficial, que poderá estar relacionada com o contexto social.
O tema da adolescência é várias vezes retratado (no cinema europeu) como a fase mais traumatizante e essencial para o desenvolvimento humano. Raras vezes se retrata a passagem da juventude despreocupada para a vida responsável de adulto. É aquele momento em que percebemos que o melhor já passou, já se criaram memórias inesquecíveis, que já não temos a segurança de outrora, que há sempre alguém que espera e exige o melhor de nós, e que o pior está para vir. Pois há uma tomada de consciência aterrorizante de que os sonhos não passam de miragens complexas que alimentam o nosso espirito jovem. A realidade é que muitas dessas dúvidas não são mais do que intrigantes nós de consistência que podem ser desenlaçados de forma simples e apaixonante. O tema central aqui é “encontrar o que nos move” descobrir quem nos percebe e perceber quem nos enfrenta. É nesta apaixonante viagem metafórica sobre a descoberta do eu e da relação com os outros que se descobre que a resposta pode ser simples, basta descomplicar.
Prima pela simplicidade, não é excessivamente melodramático, garante o interesse sem o romantismo ocidental, e surpreende com lógica.


Deixo então as perguntas "existenciais": “Quem é? Sou eu! Eu quem?