sexta-feira, outubro 11

Perfect Sense - O Sentido do Amor


E se o último sentido que restasse fosse sentir?

Perfect Sense tem um título que sugere um romance intemporal, na realidade é um drama apocalíptico com uma profunda mensagem social, algo a que não estamos habituados em filmes do género. O realizador de Young Adam, regressa com um filme diferente e pouco convencional, que privilegia o cinema inteligente e sonhador.
Esta longa metragem tem um argumento que eu considero inovador e revelador, perde na realização que se dispersa do essencial, e na fotografia banal sem nada a acrescentar, ganha nas interpretações de excelência (Eva Green e Ewan McGregor) e na banda-sonora que envolve, assim como os longos silêncios.
O retrato de uma sociedade sem emoções, sem ligações, sem sentimentos e sem sentido, o percurso do regresso do homem à incapacidade de sobreviver, restando-lhe apenas e somente a sombra de um amor que promete ser efémero. 
Sobra-nos contemplar a impressionante capacidade do ser humano em se adaptar tão facilmente, a flexibilidade anatómica e fisiológica dos nossos corpos chega a ser incrível. No entanto, a nossa capacidade de amar e ser amado fica muito atrás de todos os outros sentidos, o raciocínio emocional ganha-se e perde-se com uma vertiginosa velocidade, parecendo que só quando não resta mais nada é que conseguimos dar o valor ao que é realmente importante, e o que significa para nós o amor de alguém, o grande senão de tudo isto, é que quando isso acontece a adaptação já não é possível e chega a morte para consular a nossa felicidade.
Um filme com uma mensagem avassaladora, mas que por vezes se perde em momentos confusos e superficiais.

quinta-feira, outubro 10

Inside the Coven


Achei este video interessante...

American Horror Story - Coven Review


"Não acredito em bruxas, mas que elas existem..."

Ryan Murphy regressa ao pequeno ecrã, com um elenco de mulheres que dominam o público que uma forma chocante. Kathy Bates é a maior e melhor aquisição desta temporada, que promete ser recheada de terror no feminino. Espectadores atentos à série sabem que é comum todos os primeiros episódios serem misteriosos e arrepiantes, este não foi excepção, deixando em aberto muitas questões e acontecimentos maquiavélicos por desvendar.
Algo que achei particularmente interessante é a subtileza com que é introduzida a natureza assassina das mulheres (não muito explorada no cinema), a forma abrupta como se apresenta a obsessão pela beleza e juventude, a revolta e choque de ideologias, o sentimento de marginalidade e, o melhor de tudo, a movimentação de sonhos esmagados pela realidade. São também explorados os sentimentos femininos mais negros como a inveja, o ciúme e a vingança, e explora-se o desejo de poder. Um ponto fraco em tudo isto é que temos momentos desconcertantes, mas ainda nada assustadores, esperemos ver isso em breve. Na sombra de Jessica Lange, Kathy Bates, Sarah Paulson e Angela Basset já se erguem performances interessantes como Taissa Farmiga, Emma Roberts, Gabourey Sidibe e a mais amorosa de todas Jamie Brewer. Destaco a breve participação de Frances Conroy que é magnetizante. Chamo a atenção para a fraca presença de Evan Peters nesta temporada, que depois de duas grandes personagens como Tate (Season 1) e Kit (Season 2), fazem parecer que este Kyle é demasiado superficial, ainda não baixo a guarda e espero ver o que reserva o futuro.
Coven promete ser uma temporada sensual, vibrante, tocante e magistral.

segunda-feira, outubro 7

This is the End - É o Fim


Seis homens, uma casa e o fim do mundo à espreita!

Por onde hei-de começar... Com a tamanha desilusão que é este filme, é complicado escolher uma ponta sem nódoa. O filme começa mal, fica melhor, mas a verdade é que o fim é uma autêntica decadência. 
A comédia não é um dos meus fortes, no entanto sou uma adepta de James Franco e Seth Rogen, a dupla foi o motivo que me levou a ver este filme. Para desilusão não existe sentido no argumento, não existe uma acção interessante, não existem momentos hilariantes e os efeitos especiais são tão maus que faz lembrar os filmes dos anos 90. Só nos proporcionam raros momentos engraçados, uma forte dose de piadas despropositadas e uma desconexão de cenas inexplicável.
Este filme relembra os novos Scary Movies, em que o tema é o fim do mundo. Sinceramente não sei se foram as minhas altas expectativas de uma comédia inteligente que acabaram por não ser satisfeitas, ou se de facto estamos perante um fiasco cinematográfico. A verdade é que o tema, e algumas das cenas, tinham algum potencial e foram arrasadas por falta de experiência, deitando tudo a perder.
Não esperem um filme hilariante e fantástico, esperem uma coisa mais fraca e vão ver que até se irão rir.