segunda-feira, dezembro 30

sexta-feira, dezembro 20

E a Todos um Feliz Natal


Este ano não há Harry Potter para alegrar o nosso natal, por isso, aqui vai...

Frohe Weihnachten
Chuk Sung Tan
Glædelig jul! Feliz Navidad
Joyeux Noël
Καλά Χριστούγεννα
Merry Christmas
Buon Natale
Kung His Hsin Nien
S prazdnikom Rozdestva Hristova
God Jul

Traduzindo... Feliz Natal!

quarta-feira, dezembro 4

Dupla Identidade - Parte 6: Cópia (Final)

Bárbara ansiava vingança, sede por fazer sofrer a mulher que a destruiu, perseguia-a dia e noite, todos os dias esperava à porta do café, esperava por uma misera oportunidade para conseguir magoá-la. Na manhã de 24 de Dezembro do passado ano, Bárbara viu Eva a entrar no café ridiculamente mal vestida, e ligeiramente mais cedo do que o habitual, viu-a sentar-se na mesa, a fazer o seu pedido e a sair. Eva não tinha levado o carro, por esse motivo teria de atravessar a estrada para chegar à ourivesaria, Bárbara ligou o carro, acelerou furiosamente, e assim que embateu em Eva continuou a sua viagem como se nada tivesse acontecido. A peruca, os óculos, o chapéu, as luvas e o nome falso protegeram a sua identidade. No espelho do retrovisor viu o homem da sua vida a correr para o meio da estrada para acudir a mulher da vida dele. Viu tudo, uma lágrima caiu no seu colo, e o acelerador continuou a funcionar.
Subiu as escadas para o sótão apressadamente e em passos largos, ofegante, chegou ao topo e olhou para os homens que subiam atrás dela, a porta estava entreaberta. Bárbara entrou e viu uma mulher de costas, a fumar de pernas cruzadas, com uns longuíssimos saltos altos. – Eva? Não é possível! Como é que tu… Fingiste tudo isto? É impossível! – A mulher rodou lentamente a cabeça, e com a fraca luz conseguia ver-se o sorriso branco em contraste com o batom vermelho, e rompendo a surpresa e o silêncio Eva levantou-se e disse: - Olá Bárbara! Há quanto tempo… - A loira ficou furiosa e retirou a arma do bolso do casaco, o seu movimento fez com que os três homens por trás dela atingissem mortalmente os quatro guarda-costas. – Bárbara olhou para os homens caídos no chão e depois para Eva. – Como é que tu fizeste isto? – Eva fumou pela última vez o cigarro que tinha na mão, deitou-o para o chão e pisou-o com o salto fino. – Porque tenho uma irmã gémea sua idiota! – Os olhos de Bárbara estavam brilhantes e cristalinos, tinha atingindo a irmã errada. As lágrimas estavam a crescer, deixou cair a arma da sua mão e perguntou: - Porquê? – Eva chegou junto da amiga, pegou no revólver que estava no chão e respondeu: - Porque eu queria ser invisível para a polícia. – Ouviu-se um som grave, arrebatador e assustador, um som que pôs fim à vida de Bárbara.
Matilde e Marcos permaneciam perdidos em lugar nenhum à espera que alguém os encontrasse. – Desculpa não me lembrar de ti. – Disse Matilde melancólica. Marcos colocou-lhe a mão no queixo e disse: - Não faz mal meu amor, o que importa é que estamos juntos. – Mas ela vai encontra-los. – Isso já não importa, é passado, vamos reconstruir novamente a nossa vida, ser melhor do que aquilo que éramos antes. – Entretanto ouviram-se saltos altos a ecoarem entre as paredes, e minutos depois a fechadura a rodar. Uma lanterna foi apontada para ambos, e ambos estavam encadeados, Marcos perguntou ao mesmo tempo que se tentava levantar: - Deixa-nos ir! Já tens o que querias! – Em frente à lanterna surgiu um revólver, ouviu-se um grito estridente e dois sons graves. Matilde morreu às mãos da sua semelhante e Marcos nas mãos daquela que julgava amar.


Fim (Incompleto)

terça-feira, dezembro 3

Dupla Identidade - Parte 5: Enclausurados

Marcos já estava desamarrado e sentado no chão, encostado a uma parede petrificado e novamente enfeitiçado por Eva. Tudo o que tinham construído juntos, estava ser desmoronado, não podia partilhar com ela aquilo que tinham feito, o medo de ser rejeitado pelo passado estava a apoderar-se dele, estremecia só de pensar que Eva poderia vir a odiá-lo. Tinha feito tudo por ela, mas ela já não era quem ele conhecia, mas continuava a amá-la como se nunca nenhum acidente tivesse acontecido. As paredes claustrofóbicas faziam Marcos querer dizer a verdade, queria dizer a Eva tudo aquilo que partilharam, tanto o bom como o mau. – Eva tu e eu somos casados. Eu estava noivo antes de te conhecer, mas apaixonei-me loucamente por ti, e a minha noiva a Bárbara estava grávida, e nós… - Uma pausa apoderou-se dele. – Nós o quê? – Perguntou Eva em histeria. – Nós provocamos-lhe um aborto. – Eva ficou aterrorizada com o que Marcos lhe revelou, a garganta secou e não a deixou proferir um único som. – O que fizemos foi terrível, mas a Bárbara vai ficar com os diamantes rosa e com as provas para nos incriminar, é tudo o que ela quer, e nós, só temos de fugir. – Eva continuava calada, não porque não soubesse o que dizer mas porque se tinha lembrado da mãe e da irmã, as únicas pessoas no mundo com quem não falava há anos tinham aberto uma fresta na sua memória. – Lembrei-me! – Disse Eva entusiasmada. – Lembrei-me deles! Da minha mãe e da minha irmã, e do funeral da minha avó! Lembro-me! – Eva sorria desenfreadamente, não sabia porque razão se tinha lembrado, mas o facto era que os pedaços de vida estavam a regressar, brevemente iria lembrar-se de tudo. No auge do seu êxtase beijou o homem que outrora fora seu marido, fazendo com que a esperança de Marcos cresce-se exponencialmente, afinal havia esperança de ela se lembrar e continuar a amá-lo.
Bárbara pegou no telemóvel e ligou para Gustavo, o seu amigo policia, aquele que a tinha ajudado quando ela perdera o bebé, o mesmo que a aquecia nas noites mais frias, e que auxiliava em momentos de angústia. O telefone chamava e do outro lado não se obtinha resposta, após três tentativas Gustavo atendeu o telefone ofegante. – Estou! – Gustavo? Está tudo bem? – Sentiu-se embaraço do outro lado, e a voz cansada respondeu: - Sim, está! Precisas de alguma coisa? – É só para te dizer que já sei onde estão os diamantes, e as provas. Vem ter comigo à porta do prédio deles. – Agora estou a trabalhar, vou ter contigo depois, no local do costume. – Está bem. Tens a certeza que não se passa nada. – Não… Trabalho, só isso. Até logo. – Até logo. – Após desligarem os telefones, ela ficou radiante e sorridente por estar a saborear a sua vitória, ele, por outro lado, estava enclausurado.

Gustavo estava sentado em cima da cama com uma arma apontada à cabeça, três homens agarravam-no por trás, ele só implorava para que parassem. – Porque estão a fazer isto? Quem são vocês? – O telemóvel do homem que lhe apontava a arma tocou, e o homem foi para a casa de banho, fechou a porta, esteve uns minutos no seu interior. Quando saiu acenou aos outros dois, que largaram Gustavo, mas antes disso, um deles colocou-lhe um pano na boca e ele desmaiou. Já não havia muito mais a fazer, a vingança estava preparada.

segunda-feira, dezembro 2

Dupla Identidade - Parte 4: Traição

Eva era fria, calculista e solitária, raramente se deixava impressionar e dificilmente alguém a via apaixonar-se. Fazia parte de uma complexa rede de tráfico de diamantes, ela era a primeira mulher a liderar um esquema como este, tinha uma ourivesaria onde vendia as pedras preciosas que traficava, tinha homens e mulheres a trabalhar para ela. Eva dedicava-se simplesmente a desenhar as peças que vendia e a ordenar a sua elaboração. Por muito que a policia a tentasse apanhar, parecia impossível construir uma teia em que Eva caísse. Vivia numa penthouse com piscina no interior da casa, onde tinha vista para a cidade inteira, vivia sozinha, apenas tinha uma amiga e não confiava em ninguém.

Todas as manhãs Eva ia tomar um chá de gengibre e hortelã ao café mais próximo da sua casa, quando chegava sentava-se no balcão e lia a sua revista Vogue, num dia enublado de inverno um homem sentou-se ao seu lado, muito próximo dela, quase a tocá-la, fitou-o incomodada com a atitude do homem de olhos azuis, que pareciam pouco cortês e que ignoravam a palavra cavalheirismo. – Importa-se de me dar um pouco mais de espaço. – Arrependido, o homem afastou-se de imediato e pediu um café curto sem açúcar. Eva continuou a ler a sua revista, e o homem abordou-a: - Costuma vir aqui muitas vezes? – Eva fitou-o de baixo para cima, aproximou-se dele, e respondeu: - Sabe muito bem que sim, inspector Alfredo. – A voz da mulher ecoou nos ouvidos dele, como era possível ela estar ciente da sua identidade? No seio dos seus confusos pensamentos Alfredo paralisou, e Eva fechou a revista que estava a ler. – Sou a melhor amiga da sua namorada. Acha mesmo que eu, eventualmente, não iria conhecê-lo? Ou melhor, acha que eu não iria perceber, porque razão se aproximou dela? – Os olhos negros de Eva eram sensuais e ameaçadores, não tinham medo nem respeito, eram criminosos e astutos, e ao mesmo tempo intimidavam o infantil e desesperado olhar de Alfredo, que continuou petrificado com a perspicácia da mulher. Eva prosseguiu o monólogo que se viria a tornar diálogo: - Tenho uma proposta para si… - Alfredo sentiu-se ofendido: - Nem pense que farei negócio consigo! Nunca! – Eva sorriu e pegou na chávena de chá, deu um gole lento e pausado, pousou vagarosa e sensualmente a chávena, e disse: - Todos os homens têm um preço. Deixe-me dizer-lhe que já descobri o seu. – Alfredo sentiu-se novamente incomodado e levantou-se num ápice, respondendo abruptamente: - Eu não sou um homem qualquer! – Bebeu o café rapidamente, despediu-se da mulher e saiu do café. Estava a caminhar no passeio até ao carro e começou a ficar com tonturas, chegando junto do veículo apoiou-se, as pernas começaram a fraquejar. Dois homens apareceram e agarraram-no debaixo dos braços, sentiu o mundo a girar, e viu uns sapatos de salto agulha pararem à sua frente, uma mão suave e fria levantou o seu queixo e os lábios perfumados e rosados de Eva disseram: - Vamos então falar de negócios. – Tudo ficou negro, e em breve, a escuridão daria lugar ao desejo.