domingo, maio 25

X-Men: Days of Future Past


Em todas as vidas o passado assombra o futuro...

X-men: First Class foi um achado da BD no mundo cinematográfico, as expectativas eram como sempre em filmes do género, baixas. Matthew Vaughn fez o que já tinha feito com Kick Ass, transformou o nosso preconceito e fez-nos achar possível que Marvel ou DC podem fazer bom cinema.
Em Days of Future Past, mantém-se o cast de sucesso, mas muda a realização. Regressa o ingrediente de chamariz feminino (Wolverine) e com ele regressam também as "antigas figuras" de X-Men.
James McAvoy é sem qualquer dúvida a melhor interpretação de todo o filme, é o herói dos espectadores, consegue consumir a atenção do público de tal forma que toda a acção em que não está presente torna-se irrelevante. McAvoy começa finalmente a mostrar aquilo que consegue fazer no cinema, depois de tanto tempo na sombra de grandes actores. Os nomeados pela academia (este ano) Michael Fassbender e Jennifer Lawrence não conseguem acompanhar a excelente interpretação do actor, sendo um ponto que enfraquece o filme. Hugh Jackman ganha a vantagem de já interpretar Wolverine há anos e consegue acompanhar McAvoy com facilidade. Peter Dinklage tem uma breve aparição no filme, mas nem é preciso escrever o quão magistral conseguiu ser. Evan Peters destaca-se mais uma vez, numa interpretação breve, divertida e envolvente. Patrick Stewart e Ian McKellen também são presenças breves, sobretudo a do segundo, o espectador não tem tempo para desfrutar de ambas as presenças, o mesmo acontece a estupenda Elen Page.
Os efeitos especiais e sonoros são fantásticos, como em qualquer filme do género, mas mais uma vez o argumento perde substância (em relação ao anterior). A realização pertece a Bryan Singer, que já tem alguma experiência em realizar X-Men, e consegue superar o seu filme anterior (X-Men 2).
Dificilmente os filmes fazem justiça à banda-desenhada, neste caso em particular, chega lá perto, mas Vaughn conseguiu fazer melhor.

Hannibal Season 2 Finale Review


ATENÇÃO CONTÉM SPOILERS

変態...

Chegámos ao fim de mais uma temporada de terror, alucinações, pânico e culinária arrepiante. Hannibal termina da mesma forma que começou, o ciclo fecha-se e o resultado é tudo menos o esperado.
O público sabia que Jack Crawford iria morrer, desconfiava que Alana Bloom pudesse vir a sofrer, até havia alguma desconfiança em relação a Abigail Hobbs, o que ninguém esperava era que Will Graham chegasse a todos os limites da insanidade humana. Hugh Dancy tinha nos seus ombros a maior responsabilidade de todas e cumpriu-a com uma impressionante mestria.
Fica mais uma vez a nota que as aparições de Manson e Margot Verger foram a melhor, e mais motivante surpresa da segunda temporada de suspense de Hannibal. O destino de Mr. Verger foi previsivel para os fãs, mas foi sobretudo a magnifica e monstrosa capacidade de Michael Pitt para interpretar a personagem que deixou todos completamente boquiabertos. O actor capta a completa atenção do espectador utilizando apenas o olhar e a voz, sem mexer um músculo do corpo ou utilizar expressões faciais, esta foi sem qualquer sombra de dúvida a melhor e mais espantosa cena de toda a série.
O final é macabro, sonante e chega perto do exagero (sem lhe tocar), deixando as expectativas para a terceira parte elevadas, sobretudo o desvendar da relação entre Drº Hannibal Lecter e Drª Bedelia Du Maurier.
Ainda resta elogiar a realização espantosa, bem como a produção. E sobretudo o argumento e a fotografias que não se encaixam nas mais majestosas palavras da língua portuguesa.

これは私のデザインです...

sábado, maio 10

Aritmética Vindicta - Parte A

Salvador acordou numa escuridão arrepiante, amordaçado e amarrado a uma mesa de cozinha, não conseguia sentir os seus pulsos, a respiração tornava-se incomodativa, o medo transpirava por todos os poros do seu corpo. Sentiu os passos de alguém, possivelmente uma mulher, de saltos afiados e cortantes. Estremeceu, tentou soltar-se, moveu os olhos na direcção do som, não conseguia ver nada, mesmo assim não tentou falar. Uma luz incandescente e dolorosa acendeu-se, não conseguia ver com nitidez o rosto daquela pessoa, mas conseguia perceber que estava coberta por uma máscara. Sentiu uma mão no seu braço, focou a sua atenção nas unhas do seu agressor, uma manicura francesa, requintada, uns dedos finos, compridos e queimados pelo sol do tórrido verão. Essa mesma mão suave destapou-lhe a boca. Salvador não gritou, o medo era efervescente, começou a tremer, a sua voz trémula perguntou à assustadora figura: - Isto é alguma brincadeira? – Não obteve resposta, voltou a ouvir os saltos ecoar e a luz ficou mais intensa. Durante alguns segundos ponderou o que poderia ser tudo aquilo e equacionou gritar, esperou 30 segundos contados pelo reaparecimento da figura, sem conseguir perceber o que se passava gritou por socorro e ao mesmo tempo sentiu uma dor cortante no pé, a sua voz tornou-se mais aguda e as lágrimas começaram a florescer. A luz apagou-se, o terror aumentou, uma vela acendeu-se e os passos regressaram. Salvador gritou ainda com mais força, as suas cordas vocais vibravam ao ritmo alucinante do pânico e a mesma mão que o tinha soltado começou a sufoca-lo. Finalmente, ouviu a voz aguda, suave e calma do seu agressor: - Não é uma brincadeira Salvador. Chame-lhe antes absolvição. – Reconhecia a voz débil e perturbada, reconhecia o toque, e reconhecia a loucura.


[Quem será a mulher? Será real? Apostem e vejam se conseguem encontrar a resposta. Fico à espera. Obrigada.]

Michael Pitt & Katharine Isabelle - Hannibal Season 2

O cinema tem perdido qualidade, a televisão tenho ganho. Mas os convidados de Hannibal têm dado que pensar.


O talento de Michael Pitt há muito que foi descoberto, com tantas personagens perturbantes que tem encarnado, chega-nos agora a actriz que combina perfeitamente com a sua influência histérica, Katharine Isabelle (também ela com provas dadas no cinema).
Os irmãos que se odeiam até à morte, que cobiçam fortuna, poder e faculdades um do outro. O coleccionador de lágrimas e a assassina em série tornam-se vitais para os momentos mais intrigantes de Hannibal. Todo o misticismo que rodeia Lecter e Graham é completamente ignorado com a excelente entrada destas duas magnificas personagens. Conseguimos sentir o ódio de Margot e o prazer de Mason a cada segundo que eles se aproximam do ecrã. Com o tempo as pernagens chave, como Bloom e Crawford perdem vivacidade e fulgor, algo que deveria preocupar a realização, caso a ideia seja eliminar os dois irmão de cena.
Em suma, fica aqui a nota de que a segunda temporada de Hannibal ficou muito mais arrepiante com as novas aquisições. 
Estaremos presentes para comentar a Season Finale.
 戴きます.