terça-feira, setembro 18

American Horror Story - Season 2



Ryan Murphy (realizador) disse: "The new story you're about to see is caled horrifying. A period piece in a mental institution based largely on truth and truth is always scarier than fiction."

O Terror na televisão está a sofrer uma revolução... 

sexta-feira, setembro 14

Remakes

É oficial, estamos na geração REMAKE!
Depois de ter descoberto que vão fazer um remake daquele que para mim é um dos melhores filmes de terror de sempre, assim como apreciadora inegável de películas do género, resolvi demonstrar a minha indignação escrevendo este texto.

Vai mesmo haver um remake de Suspiria, depois de Halloween, The Nightmare of Elm Street, Friday 13th, The Thing, Psycho, Let Me In, The Crazies, Piranha, The Wolfman, The Wicker Man, Amityville, My Bloody Valentine, The Omen, entre outros, houve alguém que não contente com o insucesso da esmagadora maioria destes remakes, resolveu então reconstruir outro filme de terror e tentar superar todos os outros insucessos. É importante sempre referir que o facto de haver mais tecnologia agora, não significa que se façam melhores filmes, esta é uma realidade que ninguém parece perceber.
Será que a originalidade no terror já não existe? Cada vez que vejo um filme original, e não um remake, fico apavorada e desiludida com o tipo de filmes que se fazem. O ultimo que vi foi The Human Centipede, este filme é para além de extremamente perturbador, não faz qualquer sentido, é o que eu chamo de ridículo! O que é facto, que já se fez uma sequela. O primeiro filme ganhou alguns prémios ficando em segundo lugar no ranking dos melhores no Dark Festival em Toronto, e por outro lado, foi nomeado para pior filme noutro festival, sendo que a sua sequência ganhou mesmo o título de pior filme. Tudo isto é um enorme contra senso.
A grande questão que reside é: Será que o mundo está sedento de filmes de terror e qualquer coisa que já não tenha sido feita é considerada algo transcendente e fantástica? Talvez. No entanto, há sempre alguém que olha para a realidade e consegue vê-la! 
Falo nos filmes de terror, mas se entrarmos noutras categorias existe o mesmo problema. Vejamos um exemplo recente The Great Gatsby, a grande diferença entre o terror e os outros, reside essencialmente no facto de se conseguirem anular as alterações mais absurdas (que apesar de evidentes) podem morrer ligeiramente se existir glamour na musica, vestuário, entre outros. No filme de terror morre tudo à nascença se o argumento for mau. Espero sinceramente que Suspiria não tenha esse problema, visto que o argumentista é Dario Argento, o criador original, mesmo assim há sempre que desconfiar. 
Eu acho impossível recuperar aquelas sequelas de terror visual, e aquela musica suave mas aterrorizante, estou aqui para ver e comentar em 2013.

Relembremos uma frase do Scream 4: "Don't fuck with the original!"



[A fabulosa música]

terça-feira, setembro 11

Savages

A man to protect, a man to care, a man to old, a man to love…

Blake Lively vive uma vida amorosa completa com Aaron Taylor-Johnson (o Budista) e Taylor Kitsch (o Soldado). Quem lê isto pensa num triângulo amoroso, mas não, eles vivem numa trindade em perfeita harmonia. Harmonia só emocional, porque profissionalmente estes três são traficantes de droga, assim sendo quando Ophelia (Blake Lively) é raptada, esta harmoniosa vivência terrestre torna-se num perfeito terror.
Quando pensei em ver este filme as minhas expectativas estavam no zero, um filme de acção selvagem a cargo de Oliver Stone, isto não podia ser bom. Contudo, a minha visão destrutiva do filme não se verificou.
O argumento é (como em filmes do género) embrulhado em violência e palavreado obsceno, a diferença aqui é que tudo está conseguido na dose certa, sem exageros, e sem momentos de constrangimento cinematográfico. Gosto da fotografia, que faz lembrar os filmes de Tony Scott (Domino), e gosto especialmente da interpretação de Salma  Hayek e John Travolta. Hayek é uma mulher maquiavélica, mas emocional e Travolta é o típico polícia traidor com uma excelente dose de humor negro. Benicio Del Toro tem altos e baixos na sua performance (algumas pessoas discordam comigo neste ponto). Dos actores mais novos destaca-se Aaron Taylor-Johnson, no que respeita a Blake e Taylor ficam atrás do elenco mencionado.
Sem querer estragar o final do filme, é um tanto ou quanto intrigante e com uma ligeira dose de suspense. Excepcionalmente bem conseguido a meu ver.

Um filme para os amantes de acção e violência, mas que também se adapta aos mais sensíveis (sou prova viva).

Black (2005)

Bollywood tem um filme de excelência, tão perfeito que eu andei mais de um mês sem saber o que escrever...

Ainda tenho claras duvidas no que dizer à cerca desta magnifica história. Um professor alcoólico encontra uma estudante muito especial, cega e surda. O desafio deste homem é tornar esta jovem numa cidadã perfeitamente integrada na sociedade, é assim que começa uma viagem emocionante, especial e excepcionalmente única.
Índia possui uma industria cinematográfica fantástica, diversas vezes reduzida pelo senso comum a musicais espampanantes. Aqui está a derradeira prova de que Bollywood é capaz de realizar verdadeiras pérolas cinematográficas.
Os actores deste filmes são altamente competentes oferecendo-nos momentos de puro deleite, Amitabh Bachchan é o homem perfeito para este papel, encarna magnificamente um homem sensato, arrependido, inteligente e excêntrico. Rani Mukerji tem a difícil tarefa de representar uma personagem cega e surda, apesar de difícil a actriz hipnotiza o espectador com facilidade, emocionando o público a cada segundo. A relação entre as personagens é envolvente e cativante conseguido atingir níveis de perfeição inigualável.
A realização de Sanjay Leela Bhansali está magnifica, as analepses são colocadas nos momentos precisos e adequados, e existe uma captação emocional muito intensa, quase como se a câmara conseguisse explorar o interior das personagens mantendo um clima particularmente energético.

Uma história mágica que ultrapassa as barreiras do preconceito e que nos ensina a caminhar na vida com calma, serenidade, tolerância e bondade. Porque apesar de todas as nossas diferenças somos todos humanos e caminhamos para o mesmo precipício, a morte.

quinta-feira, setembro 6

O Cinema de Hoje



O cinema dos nossos dias está a ser fortemente ultrapassado pela televisão, ou porque a crise não permite idas ao cinema e compra de DVD's, ou até porque a pirataria facilita a acessibilidade a este universo magnifico. Penso que as razões desta superioridade não se deve sobretudo à crise, mas também à falta de qualidade dos filmes em cartaz. Quantas vezes queremos desesperadamente ir ao cinema, mas quando se olha para os filmes em exibição se desiste da ideia? Quantas vezes se criam expectativas inigualáveis quando se decide finalmente ir ao cinema e se sai de lá com uma monstruosidade na memória? Variadíssimas vezes! Assim, para ir ao cinema e ficar desiludido, vale mais ver uma série e escolher a que mais se gosta...

O que acontece é que no cinema de hoje deixou de se ter romances para ter sexo, no cinema de hoje deixou de se ter terror e passou a existir orgias sanguinárias sem o menor sentido, no cinema de hoje deixou de haver acção para passar a ter violência descontrolada, no cinema de hoje deixou de haver glamour musical para passar a ouvir-se agudos descontrolados de músicos sem talento, no cinema de hoje deixou de se ter comédias para passar a ouvir-se a cada segundo palavras obscenas, no cinema de hoje deixou de ter thrillers e ficção cientifica e passaram a fazer-se "coisas" absurdas. O cinema de hoje deixou de ter varinhas mágicas e passou a ter varetas queimadas...


O cinema do nosso tempo está a fazer remakes de bom cinema e a morrer ao mesmo tempo...

E agora dizem: televisão é cinema! Talvez, mas a magia é outra... 
Radicalista? Talvez, mas acima de tudo realista!

terça-feira, setembro 4

360

360º formam o círculo perfeito, mas será a vida e o filme assim tão perfeita?

Meirelles realiza uma história muito diferente daquilo que já o vimos fazer. Sem duvida que o projecto é muito interessante, no entanto, receio que não seja o género do realizador, pelo que se tornou um pouco inglório.
O filme tem inconsistências bem vincadas, o que neste género (mosaico) é facilmente detectável, vidas que se cruzam, destinos enlaçados e histórias de vida que são ambiciosas e com um excelente potencial, mas revelam pouco interesse no plano final. A sensação que se tem ao ver o filme é que até ao baixar do pano, pensamos que algo mais vai acontecer, e que existe mais alguma coisa na qual não se pensou, mas chega-se à conclusão que não existe nada, que rasgar o papel de parede não nos leva a mais lado nenhum. O argumento falha redondamente, é pouco coeso, maçudo e fracamente envolvente. À parte este fosso textual, existe uma magia muito natural nos personagens que acaba por "encantar o espectador", sobretudo Anthony Hopkins e o seu monólogo ensurdecedor.
Considero particularmente difícil realizar este tipo de filme, um realizador tem de ser subtil, envolvente, harmonioso e intrigante, Meirelles é um homem de filmes crus, violentos, frios e macabros, nunca me pareceu que o projecto pudesse ser do seu "género", no entanto, à que sair da zona confortável e explorar outros horizontes, Fernando Meirelles faz isso, e só pelo simples facto de o concretizar merece pelo menos esse mérito.
Este projecto na mão de Steven Soderbergh era um estrondoso sucesso.