quarta-feira, outubro 22

Manon - Royal Opera House

Ballet de excelência no cinema mais próximo.

Manon foi exibido dia 16 de Outubro, em directo, em salas de cinema espalhadas pelo globo. A experiência é fantástica e muito enriquecedora. 
Esta peça narra a história de uma jovem que se vê tentada por fortuna e poder, mas para o obter terá de se afastar do amor da sua vida. É esta caminhada e as suas consequências que dão vida a este bailado.
Marianela Nunez e Frederico Bonelli são os bailarinos eleitos para protagonizar Manon. A bailarina é absolutamente divina, é talvez a melhor interpretação que eu alguma vez vi na minha vida. A paixão que revela em cada passo, a harmonia com que dança é absolutamente genial. Frederico Bonelli é igualmente maravilhoso. E juntos têm uma química inigualável. Ricardo Cervera teve uma interpretação cómica, dramática e irreverente, é um bailarino muito interessante.
Kenneth MacMillan é um génio no ballet clássico. E o sua obra Manon foi criada para chocar, a sensualidade presente em qualquer um dos actos é magnética. E a movimentação dos bailarinos é estonteante, de tal forma que perdemos a noção do espaço e ficamos enfeitiçados com os movimentos e interpretações. Qualquer um dos actos prima pelo rigor coreográfico e pelo pormenor no estilo. Destaco a simplicidade apaixonante do último acto, que mergulha o espectador na melancolia, e torna tudo muito mais perfeito.
Para além de tudo isso a música e o guarda-roupa são memoráveis.

Foi uma experiência maravilhosa e a ser repetida brevemente.

sexta-feira, outubro 10

American Horror Story Season 4 - FreakShow

Após uma prolongada ausência por motivos profissionais e também porque o cinema não teve muito para oferecer este verão, regresso com American Horror Story - Freakshow.

Após uma terceira temporada mais fraca do que o habitual, American Horror Story regressa com expectativas mais baixas.

Jessica Lange e Kathy Bates continuam a ser os pontos mais fortes, conseguindo superar o poder do argumento e transformar os momentos na tela. Um forte destaque para Evans Peters que regressa em grande forma e força. Apresenta-nos uma personagem que promete ser o centro das atenções e levar o terror ao extremo. Sarah Paulson tem um grande desafio nesta temporada, que começou com boas expectativas. A personagem da actriz lança também um gigantesco "problema" ao director de fotografia.
Este Freakshow requer uma supervisão cuidadosa por parte da realização, tanto na fotografia e montagem como nos os efeitos especiais. Ambos são extremamente exigentes e os espectadores estão cada vez mais atentos ao erro. E é de notar que o tempo para construir uma série não é o mesmo que escrever um livro ou realizar um filme, há prazos a cumprir, e o rigor tem de ser mantido.
Michael Goi (director de fotografia) é já conhecido e reconhecido pelo seu trabalho, o que me parece meio caminho para o sucesso.
Nos efeitos especiais parece-me que o desafio será superado, penso que continuará a ser da responsabilidade de Steve Galich (mas não tenho a certeza), se assim for, não haverá grandes preocupações. Noto que os nomes que apareceram no primeiro episódio foram de Justin Ball e Kyle A. Wasserman, o que também não me parece um problema de relevo.
A dupla Brad Falchuk e Ryan Murphy, parece-me uma excelente aposta e promete um desfecho inesperado. O grande problema é quando acrescentam variáveis à equação.
Tecnicamente a série está muito bem entregue. Esperemos que não alterem o rumo e acabem como na temporada anterior.
Sarah Paulson e Evan Peters são os cabeça de cartaz nesta temporada. Parece-me arriscado colocar uma actriz que desempenha um papel complexo e tecnicamente difícil, e um actor demasiado jovem como lideres de bancada. Por esse motivo Jessica Lange e Kathy Bates serão um impulso estritamente necessário e imprescindível nesta temporada. Curiosamente (ou não) esta foi a única temporada que me fez olhar por cima do ombro durante a noite. Talvez porque o palhaço sorridente seja um ponto forte no imaginário do terror. Pessoalmente os palhaços incomodam-me, e espero que no final de Freakshow, a maioria os espectadores possa concordar comigo, ao invés de se rir. Para finalizar fiquei intrigada com a personagem de Finn Wittrock e Frances Conroy, houve uma dinâmica interessante, que fez pairar o suspense e a expectativa.

Boas noites... E tenham cuidado com as gracinhas...