segunda-feira, fevereiro 25

Red Carpet

Todos os anos as pessoas falam-me na Red Carpet e eu todos os anos adormeço nessa parte. Porquê? Não sei! Mas este ano eu não adormeci, apesar do cansaço consegui ver os vestidos todos! Surpreendente!

Sou adepta da simplicidade elegante, considero que a elegância não está no vestido que se veste, mas sim na forma como se veste, o cabelo, os acessórios, tudo é importante para tornar uma mulher elegante, este ano foi particularmente interessante...
Vamos às Jennifer's; Lawrence estava muito bonita, mas com um exagerado vestido de balão e cauda, que a fez cair mais tarde durante a cerimónia. Anniston estava muito simplista e perdeu muita elegância por causa do penteado. Theron estava hipnotizante, fantástica, como sempre, sem dúvida uma das mais bonitas. Todos os anos tenho uma especial atenção com Anne Hathaway, este ano ficou muito abaixo das minhas expectativas  apesar de elegante e simples o vestido não conseguiu fazer justiça à beleza desta mulher. Catherine Zeta-Jones estava extravagante, poderosa, lindíssima! Amy Adams é a para sempre princesa da passadeira vermelha, com um ar muito leve e gracioso. Jane Fonda é dona de uma elegancia extrema, que até o vestido amarelo (que era um pouco esquisito) lhe ficava muito bem. Agora sim a mais bonita, actual e elegante foi sem dúvida Halle Berry, com um vestido perfeito para o seu corpo, pele, olhos e cabelo.


E o Oscar foi para...


Contra a minha televisão avariada, mais de trezentos quilómetros de estrada, ausência de cafeína no sistema e uma casa gelada, eu vi os Oscares! Dormi duas horas desde o final da cerimónia até agora, escrevo um comentário, e seguidamente vou tratar do meu trabalho.

Vencedores em: http://oscar.go.com/nominees

Este ano achei que os prémios foram surpreendentes, porque não houve um filme que se destacasse, houve a Vida de Pi que arrecadou quatro Oscares de categorias técnicas e melhor realizador (estatueta bem merecida na minha opinião) e Argo que se revelou uma surpresa esperada, melhor argumento, melhor filme e melhor edição, estatuetas que se esperavam para Lincoln. A grande surpresa desta longa noite foi Jennifer Lawerence e Quentin Taranrino, dois Oscares que apesar de merecidos nunca sonhei que pudessem de facto ser entregues. A melhor mistura de som foi mal entregue aos Miseráveis,  pois a Vida de  Pi consegue ser muito superior nesta categoria. Ang Lee foi mesmo o realizador do ano, uma das estatuetas mais bem merecidas do ano.
A apresentação da cerimónia foi muito divertida e com um humor muito próprio, no entanto, continuo a preferir Hugh Jackman a apresentar. Não sei se é sono, mau humor ou algo menos convencional, não fiquei inteiramente satisfeita com a cerimónia, faltou algo mágico nesta gala, ainda não consegui descobrir bem o quê.
O ponto alto da noite, para além dos momentos musicais e a homenagem aos que partiram, foi a entrega do Oscar de melhor actor principal a Daniel Day-Lewis, esse grande senhor que abraçou Meryl Streep com uma emoção extrema, a forma humilde e sincera como recebeu a estatueta foi muito comovente.
Antes de terminar este pequeno comentário, quero congratular os meus leitores, pois Argo foi mesmo o filme da noite.

Mais uns Oscares, mais uma noite mágica, um bom dia, e bons filmes.


sábado, fevereiro 23

As escolhas dos meus leitores...


Desde já agradeço às poucas pessoas que participaram neste pequenino desafio, que foram muito poucas. Dos meus amigos, só uma pessoa é que participou, desde já um abraço muito especial para ele, de todos os outros que graciosamente disponibilizaram o seu tempo para participar, quero enviar um caloroso agradecimento.
Então as vossas escolhas foram:

Melhor Filme:
Argo (A escolha dos Bafta, no entanto os americanos oscilam entre este e Lincoln)

Melhor Actor:
Daniel Day-Lewis (Escolha unânime)

Melhor Actriz Principal:
Jennifer Lawrence (confesso que fiquei surpreendida com esta escolha)

Melhor Actor Secundário:
Christoph Waltz (Escolha também unânime)

Melhor Actriz Secundária:
Anne Hathaway (Confesso que gosto muito de Hellen Hunt e só por ser mais velha é que a escolhi, só vi o filme em que é nomeada hoje. Hathaway está realmente fantástica em os Miseráveis, consegue salvar o filme, excelente opção)

Melhor Filme de Animação:
Brave (novamente unânime)

Melhor Filme Estrangeiro:
Amour

Melhor Realizador:
Nesta categoria houve um empate entre Steven Spielberg e Michael Haneke

Algumas pessoas mandaram-me todas as categorias, a maioria escolheu a Vida de Pi para as categorias técnicas, guarda-roupa para Anna Karenina, argumento original a oscilar entre o Django e Amour, no argumento adaptado entre Argo e a Vida de Pi.

Mais uma vez muito obrigada, espero que as vossas preferências sejam recompensadas.
As minhas não têm grandes esperanças... Espero que Amour e a Vida de Pi tenham a recompensa que merecem, para mim são os em competição!

quarta-feira, fevereiro 20

Hitchcock

Postura altiva, expressão ausente, olhar desconfiado e personalidade arrepiante... Este é Alfred Hitchcock.
Elegante, face gentil, olhar misterioso e mente genial... Esta é Alma Hitchcock.

Viver na sombra de um grande génio é a vida de alguém genuinamente mais genial, este foi o destino de Alma Hitchcock, a mulher que tornou Psycho numa obra prima, a mulher que tornou os duches mais assustadores que a própria noite. 
Hitchcock é um filme com uma caracterização e fotografia muito superiores, perde muito na falta de consistência do argumento, oscilando entre momentos fantásticos e cenas desnecessárias, coberto de imaturidade textual. Excluindo elementos argumentativos e focando-nos nas interpretações, conseguimos observar aqui fantásticas performances de Anthony Hopkins; que capta ao mais ínfimo pormenor a postura de Alfred, com uma voz surpreendente e arrepiante, e no lado feminino temos a sempre magnifica Helen Mirren; que consegue hipnotizar o espectador a cada segundo que a vemos no ecrã. Scarlett Johasson e Jessica Biel são donas de uma beleza única, mas ficam muito camufladas durante o filme, sendo autênticas esculturas sem fundamento descritivo.
Agora vamos ao momento que interessa realmente, ou seja, vamos à história, à derradeira história do maior sucesso que o cinema de suspense/thriller já conheceu, o mesmo em que todos julgavam ser uma história repugnante e intocável, a história de Ed Gein, o verdadeiro Psycho. Muitos foram os filmes baseados na vida de Gein, muitos foram os documentários que se fizeram, mas o primeiro homem a olhar para este ser assustador com olhos artísticos foi Hitchcock, Alfred Hitchcock. O que o público desconhecia é que a sua versão original era um fortíssimo fracasso, é aqui que precisamos de um génio cinematográfico, que não é nada mais nada menos que a sua mulher. O desconhecimento do público em geral (incluo-me neste leque de pessoas) torna a história mais cativante fazendo mesmo o filme valer muito por isso, assim ficamos a conhecer esta magnifica mulher, que soube ser o número dois, sabendo que poderia ser o número um. Ainda se consegue ter um laivo das paixões de Alfred pelas suas loiras, os seus estranhos hábitos e as expressões e sarcasmo irreversíveis, alguns pormenores que dão algum charme ao filme.

De tudo aquilo que se vê existe uma mensagem imperativa: "Ao lado de um grande homem há sempre uma grande mulher.", e Alfred era um génio mas faltava-lhe Alma (a mulher e o pedaço metafísico humano).

terça-feira, fevereiro 19

Cloud Atlas


Depois de uma semana isenta de comunicação informática, eis que finalmente consigo cumprir a promessa de escrever um texto sobre o filme Cloud Atlas...

A vida é uma melódica viagem, composta por cenas, fases e actos, que intercalados compõem a razão da nossa existência...

Cloud Atlas é um filme com um potencial estrondoso, uma história original, a tropeçar no fantástico, combinando acção, romance, ficção cientifica e abordagens metafisicas da existência humana. O que falha redondamente nesta gigantesca produção de efeitos especiais e caracterização é precisamente a forma desconjuntada como é realizada, ou seja, tecnicamente o filme é muito fraco, chegando mesmo a entrar no campo do ridículo. É impressionante como um argumento tão complexo, e até mesmo fascinante se torna tão difícil de se conseguir ver, existe quase que um conflito interior no espectador, como se uma parte estivesse profundamente interessada e a outra metade quisesse adormecer na cadeira. À parte a falha técnica, este filme tem interpretações muito interessantes destacando-se Hugo Weaving, Jim Sturgess e Donna Bae, os actores que quanto a mim ficaram um pouco abaixo das expectativas, foram sem duvida Tom Hanks e Halle Berry.
A história de Cloud Atlas é magnifica, o entrelaçamento das nossas vidas e as dúvidas que se repetem de forma mágica e constante, o puzlee que construímos com as mesmas peças mas de diferentes formas e os caminhos que percorremos onde, sem saber, estão as mesmas pessoas que tanto ambicionamos encontrar.
Em suma, temos uma poderosa temática abordada de uma forma um tanto ou quanto tosca...