terça-feira, fevereiro 19

Cloud Atlas


Depois de uma semana isenta de comunicação informática, eis que finalmente consigo cumprir a promessa de escrever um texto sobre o filme Cloud Atlas...

A vida é uma melódica viagem, composta por cenas, fases e actos, que intercalados compõem a razão da nossa existência...

Cloud Atlas é um filme com um potencial estrondoso, uma história original, a tropeçar no fantástico, combinando acção, romance, ficção cientifica e abordagens metafisicas da existência humana. O que falha redondamente nesta gigantesca produção de efeitos especiais e caracterização é precisamente a forma desconjuntada como é realizada, ou seja, tecnicamente o filme é muito fraco, chegando mesmo a entrar no campo do ridículo. É impressionante como um argumento tão complexo, e até mesmo fascinante se torna tão difícil de se conseguir ver, existe quase que um conflito interior no espectador, como se uma parte estivesse profundamente interessada e a outra metade quisesse adormecer na cadeira. À parte a falha técnica, este filme tem interpretações muito interessantes destacando-se Hugo Weaving, Jim Sturgess e Donna Bae, os actores que quanto a mim ficaram um pouco abaixo das expectativas, foram sem duvida Tom Hanks e Halle Berry.
A história de Cloud Atlas é magnifica, o entrelaçamento das nossas vidas e as dúvidas que se repetem de forma mágica e constante, o puzlee que construímos com as mesmas peças mas de diferentes formas e os caminhos que percorremos onde, sem saber, estão as mesmas pessoas que tanto ambicionamos encontrar.
Em suma, temos uma poderosa temática abordada de uma forma um tanto ou quanto tosca...

domingo, janeiro 13

Nomeações para os Oscares

Finalmente aproxima-se aquela altura do ano que nós, amantes do cinema, esperamos ansiosamente todo ano para presenciar, a escolha dos melhores de 2013.
Aqui vou revelar os nomeados e as minha preferências, mas este ano vamos alterar um pouco as regras. Ultimamente o blog tem sido muito visualizado, por esse motivo, e para retribuir a preferência e todo o carinho que estes leitores me têm oferecido, gostaria de saber os seus favoritos, e colocar aqui a vontade da maioria, na noite de 23 de Fevereiro, anterior à gala. Convido-vos a participar nesta pequena "brincadeira"...
Agora os nomeados:

Melhor Filme

Amour
Life of Pi
Argo
Lincoln
Beasts of the Southern Wild
Silver Linings Playboy
Django Unchained
Zero Dark Thirty
Les Misérables

Melhor Actor Principal

Daniel Day-Lewis
Hugh Jackman
Denzel Washington
Bradley Cooper
Joaquin Phoenix

Melhor Actriz Principal

Jessica Chastain
Jennifer Lawrence
Emmanuelle Riva
Quvenzhané Wallis
Naomi Watts

Melhor Actor Secundário

Alan Arkin
Robert DeNiro
Philip Seymour Hoffman
Tommy Lee Jones
Christoph Waltz

Melhor Actriz Secundária

Amy Adams
Sally Field
Anne Hathaway
Helen Hunt
Jacki Weaver

Melhor Filme de Animação

Brave
Frankenweenie
ParaNorman
The Pirates! Band Misfits
Wreck-It Ralph

Melhor Filme Estrangeiro

Amour
Kon-Tiki
No
A Royal Affair
War Witch

Melhor Realizador

Michael Haneke - Amour
Benh Zeitlin - Beasts of the Southern Wild
Ang Lee - Life of Pi
Steven Spielberg - Lincoln
David O. Russell - Silver Linings Playboy

Restantes categorias em http://oscar.go.com/nominees

Cada ano que passa esperamos ser surpreendidos com as nomeações, mas com a escassez de excelentes filmes, já é altamente previsível os filmes que se destacam, e os vencedores deste ano. Possivelmente aqueles que julgo serem os melhores do ano não vão conseguir alcançar a estatueta, mesmo assim vale sempre a pena destacá-los.

Bons Filmes e Bons Oscars 2013...

quinta-feira, dezembro 27

Life of Pi

Uma aventura inacreditável, uma lição de vida fascinante...

Finalmente estamos naquela época do ano em que no cinema só existem estreias de filmes fantásticos, este é o primeiro de muitos que o vão seguir, pelo menos assim o espero.

A Vida de Pi é sem dúvida um dos melhores filmes que já vi na minha vida, pessoalmente, achei a história fantástica, a fotografia genial, a banda-sonora arrepiante, as interpretações peculiares (Irrfan Khan e Suraj Sharma) e os efeitos especiais generosos. Ou seja, tecnicamente o filme está altamente bem construído. 
Pessoalmente avalio muito os filmes pela introdução (penso que sejam influências da saga do espião britânico James Bond), esta abertura de filme está magnifica, transmitindo exactamente a paz e tranquilidade que o filme pretende atingir. Esta viagem é filmada num paraíso terrestre, a Índia, o que torna o ambiente cinematográfico colorido e apaixonante. Mais uma junção de Hollywood e Bollywood em que Ang Lee conseguiu a perfeição.
Geralmente dou bastante mais relevo à parte técnica do que à interpretação "substancial" das películas, penso que todos os filmes devem ser interpretado individualmente sem influências exteriores, este em particular é muito espiritual, magnificamente complexo e subjectivo, sendo imperativa uma análise mais profunda.
Pi é uma criança curiosa e confusa, é um adolescente estranho, inteligente e aventureiro, é um homem calmo, ponderado e crente. Estes são os nossos estádios de crescimento, infância, adolescência e vida adulta, onde cada um de nós aprende a viver com aquilo em que acredita, seja nada, seja tudo, seja só alguma coisa. Durante a vida de Pi todos os acontecimentos parecem estranhos e por vezes até absurdos, existem momentos em que pomos em causa toda a história de Pi simplesmente porque não estivemos presentes ou porque é irracional acreditar, mas o mesmo não acontece com a religião? Acreditar cegamente em algo? Ter fé? A religião é acreditar no inacreditável, certo? A vida de Pi é como a religião, inacreditável. Mas porque razão é mais fácil acreditar em Deus do que na palavra de Pi? Porque Pi mente. Mas e Deus não mente? Não! Porquê? Excelente questão...
O homem precisa de criar para se abrigar do medo, precisa de sonhar para atenuar o sofrimento, todos precisamos de um porto de conforto existencial...
É também maravilhoso ver a relação de Pi com Richard Parker, é encantador observar os laços que se criam entre o felino e o homem, transcende a nossa capacidade de compreensão da natureza.

Uma jornada épica de um jovem que estava perdido no grande mar salgado e no árido deserto espiritual.

Altamente recomendado para um mundo perdido, sem rumo e sem fé. 
Na lista dos favoritos do 7ªArte.

sábado, dezembro 8

Realidade, Sonho e Ficção

Não sou pessoa para partilhar com todos as minhas aspirações para o futuro mas, o destino num país sem qualquer esperança, nem vínculo emocional ou criativo, fez-me mudar de ideias.
Estou prestes a terminar um curso que me vai abrir portas para um mercado de trabalho que exige responsabilidade e dedicação, e que oferece uma estabilidade delicada mas, ainda algo segura, falo da saúde. Para trás ficam as aspirações de artista, o sonho de construir um futuro em comunhão com a natureza, o sonho de querer percorrer o mundo com uma câmara de filmar nas mãos, rabiscando memórias do presente, sem qualquer pensamento no futuro.
Na minha vida sonho poder nadar sem restrições de tempo, quero poder escrever numa à mão ou à máquina, filmar momentos únicos e dançar em locais virgens, sem homens para destruir as suas virtudes.
Quero percorrer a India sem que me digam para onde ir, mas que me acompanhem numa viagem espiritual, procurando mistério e descobrindo aventuras. Aspiro caminhar descalça nas florestas irlandesas, sentindo a trovoada a pulsar nas minhas veias e a chuva na minha face pálida. Depois de explorar a natureza no seu estado mais puro, desejo caminhar nas ruas de Paris e ler algum bilhete deixado num vidro embaciado ou num livro velho com as palavras: Je t’aime. Ainda assim sonho ir à terra de sua majestade agarrar furiosamente num microfone e soltar a voz da minha alma, num recinto apilhado de pessoas alegres. Desejo criar algo meu, partilhar com o mundo as minhas criações, impedir que elas morram em mim, continuar a ser a criança que sempre fui, para que a minha imaginação nunca morra.
Nasci no país dos descobridores, cresci na ânsia de descobrir, hoje com vinte e um anos descubro que escolhi o caminho errado, que morri antes de ter vivido.
Ainda assim assumo a minha escolha, vivo na minha realidade, mas sempre com os olhos postos na ficção, porque um dia vou realizar o sonho.
Pedras no caminho? Guardo-as todas um dia vou construir um castelo.” (Fernando Pessoa)

sexta-feira, dezembro 7

Anna Karenina

A Magia do teatro no cinema,
A história de uma mulher prisioneira da sua própria existência...

Um dos maiores clássicos da literatura chega ao cinema, com um orçamento de crise e a assinatura de Joe Wright, uma combinação que não poderia ser mais perfeita...
Anna Karenina é uma aventura emocionante pelo mundo da fotografia original, e pelo teatro em movimento, transmite o principio de que é possível fazer-se cinema num teatro. Mas será possível fazer cinema estupendo confinado num teatro? Obviamente que sim!
A originalidade é o ponto mais forte de todo o filme, Mathew Macfayden tem uma performance muito acima do excelente sendo mesmo o melhor actor em cena, com uma personagem loucamente cómica e provocante. Aaron Johnson é sedutor e delinquente, contrastando com Jude Law, um honesto e respeitável homem da aristocracia Russa consumido por costumes e vidrado em boas maneiras. A bela e encantadora Keira Knightley é electrizante a cada segundo, continua a existir uma química claramente surreal com câmara, um feitiço que a actriz lança ao público e perdura durante todo o filme. Dario Marianelli é uma das peças chaves, autor de uma banda-sonora magnifica e de uma criatividade inigualável, que faz o espectador contorcer-se de arrepios. Tom Stoppard constrói um argumento contagiante mas complexo, relaxante e irritante, um ingrediente fantástico, que proporciona ao filme outro nível de encantamento.
Quando vemos esta película sente-se a música a ecoar nos ouvidos de forma que as palavras amargas nos soam a doces, os olhares que se cruzam são tão intensos que a música deixa de reinar e a incerteza apodera-se da nossa mente, ainda sem perder o rumo o nosso corpo sente o silêncio que os nossos ouvidos ignoram e cria um ensurdecedor ruído de medo e incerteza. Anna Karenina consegue transportar-nos para um plano celestial de puro deleite, sustentado por alicerces de interpretações estrondosas.
Toda a metáfora associada à ideia de que dentro do teatro estamos no plano aristocrata, preso à sua sociedade hipócrita e mesquinha, curvado perante os moldes dos bons costumes que soam a medo, e fora do teatro reina um mundo livre de polimentos, onde o sol irradia o ar puro e a vida deixa de ser fútil. É divinamente brilhante.

Anna Karenina é cinema encantador e mágico...

quarta-feira, novembro 21

Seeking a Friend for the End of the World

E se o mundo acabasse dentro de um mês? O que faria? O que faríamos?

Steve Carell e Keira Knightley estão juntos numa aventura improvável e apaixonante. À primeira vista Carell e Knightley pertencem a estilos de cinema diferentes, a nacionalidades diferentes, e a personagens que num filme comum nunca teriam grande efeito juntas. Contudo, Lorene Scafaria apresenta-nos o seu primeiro filme de forma diferente, pondo à prova actores e o próprio conceito de fim do mundo a que estamos habituados. Neste filme há espaço para tudo, para os anarquistas, para os apaixonados, para os inertes, para os frenéticos e até mesmo para os suicidas. Há um ligeiro humor negro que a meu ver é brilhante, e há uma estupidez amorosa. Tudo isto junto parece não fazer nenhum sentido, o curioso é que à medida que se caminha na viagem, e também no filme, ficamos encantados e não podemos deixar de ficar embalados neste final do mundo que pode muito bem ser o inicio de toda uma história.
Gosto de argumento desconexo que ganha sentido a cada minuto que passa, e das personagens desconcertantes que no final são seres humanos muito superiores ao que se espera. Gosto do Steve Carell neste filme, gosto da Keira Knightley, e gosto da química entre ambos, a forma como anulam a diferença de idade, e como se envolvem ao longo de toda esta jornada. Gosto dos momentos musicais e do único conjunto de roupa que usam. Gosto do cão Sorry e gosto da forma generosa como as personagens o embalam. Acima de tudo gosto da forma como tudo isto me faz pensar e de como me faz sentir este fim do mundo que nunca mais acaba.
Um filme simples, amoroso e profundo.

Até que o fim do mundo nos separe... 

segunda-feira, novembro 19

Anna Karenina Interviews

Acompanhando as entrevistas que se têm feito a propósito do filme Anna Karenina. Uns momentos que achei deliciosos com os actores e realizador.



domingo, novembro 18

Twilight - Breaking Dawn Part 2

A eternidade é o limite...

Chega ao fim a saga que encantou milhares de jovens adolescentes (e também mulheres adultas), que fez a imaginação romântica voar até ao universo obscuro, transformando-o num conto de fadas.
Quem ler o paragrafo anterior e nunca tiver ouvido falar de Twilight (o que me parece bastante difícil), chega mesmo a pensar que a saga é algo totalmente inovador e criativo, no entanto, não é mais do que um conjunto de mundos já explorados, que juntos num clima de romance impossível, torna a história mais apelativa. Para os apreciadores de verdadeiro cinema, este é mais um daqueles filmes que vem estragar as bilheteiras, levando multidões a ver argumentos mal explorados, banda-sonoras comerciais, e efeitos especiais estrondosamente megalómanos. Para os fãs é mais um momento espantoso e de emoção sem precedentes.
Analisando o fenómeno que ocorreu neste anos em que Twilight pairou nos cinemas, chegamos à conclusão que é avassalador o efeito que os livros tiveram no público (e que os filmes mostraram acompanhar), e é espantoso observar o quando sedento o mundo está de escapar à realidade em que se vive, de conquistar uma nova identidade, e de ser amado de uma forma incondicional. Ainda é possível reparar que é normal que estes filmes tenham efeitos colaterais deste tipo em adolescentes, mas em mulheres adultas? É espantoso isto acontecer, e é algo que vale a pena ser repensado.
Quanto a mim Twilight teve um ponto interessante no filme anterior, Breaking Dawn Part 1, com um nível dramático mais acertado e mais ousado do ponto de vista narrativo (embora me continue a parecer fraco). Robert Patison foi o actor que mereceu mais a minha atenção, isto porque, me surpreendeu muito pela positiva em Cosmopolis, aqui em Twilight, fez mais do mesmo, não surpreendeu e manteve-se mal. O restante cast também teve a mesma prestação  o que me fez pensar que o problema não é dos actores mas sim da direcção, sobretudo porque Christian Camargo, Michael Sheen e Lee Pace são (quanto a mim) actores fabulosos, e neste filme estão reduzidos a quase nada. O argumento desta vez não é mau, é péssimo, chega mesmo a ser intragável. Não percebo como é possível fazer-se um filme tão desconexo e durante tanto tempo, tudo aquilo que vemos na tela pode ser reduzido a cerca de vinte minutos, e pouparíamos mais recursos e sobretudo tempo.
É complicado explicar o final sobretudo para quem leu o livro, parece interessante, e ao mesmo tempo ridículo. Vou optar por dizer interessante, porque ridículo é uma palavra muito forte quando não se tem a certeza do que se deve dizer. Neste caso, a ideia está bem construída mas a forma como nos é apresentada destrói por completo o clímax de toda a narrativa. Quando se faz um filme em que culmina o momento de imaginação (e não é real), há que criar outras formas de manter o espectador entusiasmado e surpreendido, o que aqui não acontece, e é ai que todo o trabalho de realização falha redondamente. Ou seja, estamos horas à espera de um desfecho único, porque até agora não se viu nada, e no fim nada se vê. 



Resumindo aconselhado para fãs, porque vão gostar, fora disso, não!

Agradeço não ter e-mails desconcertantes e insultuosos, porque com o Twilight eu tenho sempre más experiências.

terça-feira, novembro 6

Bond, James Bond


O agente secreto britânico que fez as delicias dos fãs durante décadas, meia dúzia de homens deram corpo a esta personagem única do cinema de acção, e muitas foram as mulheres que brilharam no grande ecrã, partilhando a glória de serem as Bond Girls. Mas o que perdeu James Bond para deixar de ser um ícone do cinema britânico, e passar a ser um filme de acção com um nome pomposo?
Quanto a mim, o actor Daniel Craig consegue fazer filmes de acção de excelente qualidade, ultrapassando em grande escala aquilo que estamos habituados a ver no cinema, no entanto, Craig não é Bond! Repito, Craig não é Bond e Bond não é Craig! Bond é Sean Connery, é Roger Moore, é Pierce Brosnan, e venha quem vier, doa a quem doer, Jude Law é o herdeiro legítimo do título de Bond. É britânico, é charmoso, é talentoso, é extraordinariamente sensual, e acima de tudo tem perfil para ser o agente secreto.
Mas, excluindo a minha opinião sobre quem deveria ser o James Bond desta geração, e aferindo tudo aquilo que já se viu, constando factos e recuperando argumentos... São muitos os que concordam que 007 foi reduzido a um cliché de acção, deixando de ser um acontecimento cinematográfico de romance, suspense, acção, e aventura sem precedentes. Outros acham que James Bond deve mudar, ser forte e feio. Mas e onde fica o charme, o requinte, o glamour, a elegância, a originalidade? Deveremos mesmo trocar isso por mais uma saga Bourne interminável? Jason Bourne foi um grande acontecimento cinematográfico, mas teve o seu tempo, e acabou. Contudo Bond não acaba, por isso não precisa de se mutar, precisa de limar aresta, como Brosnan fez. Mais do que isso é destruir uma imagem o que há muito se criou no imaginário dos fãs. 
Fui só eu ou alguém reparou que até os temas musicais dos novos filmes não têm a mesma magia que os anteriores? Perdeu-se melodia, ganhou-se bateria, perdeu-se harmonia, ganhou-se agressividade, a única coisa que se mantêm é a sensualidade... 
Em suma, a reflexão que proponho é: Será que devemos alterar o conceito de James Bond? É verdade que o mundo é feito de mudança, mas e se a mudança for para pior? Leva-nos à crise... Correcto?

Com isto nem preciso de expressar a minha opinião sobre Skyfall, bem feito, bem realizado, mas não é Bond!

domingo, novembro 4

Looper

Quem é o seu pior inimigo? Pense bem, talvez ele esteja do outro lado do espelho...

Looper é uma narrativa sobre viagens no tempo, telecinética, assassinos, loops, vingança, amor, compaixão e destino. Como é que tantos temas cabem tão perfeitamente num filme de acção? Não sei, mas é fenomenal!
Apesar do previsível final e do desenvolvimento óbvio dos acontecimentos, Looper nunca perde o interesse durante todo o tempo de visualização, o que já de si é um enorme feito cinematográfico.
Não há muito a dizer sobre o filme, é original, tem interpretações de peso como Joseph Gordon-Levitt e Emily Blunt, no entanto, Bruce Willis fica muito atrás das restantes interpretações, chega mesmo a desiludir. Mas esta desilusão é facilmente superada pelas reviravoltas (previsíveis) na narrativa e a realização criativa que nos é apresentada.
O filme é uma aliança quase perfeita de ficção cientifica e acção desmesurada, tem um toque de suspense e um romantismo muito simples e soft, utilizando a comunhão entre o amor e compaixão.
O tema é novo, chega a ser perturbante, e consegue sem qualquer sombra de dúvida superar as expectativas, não consegue ser brilhante, mas é sem dúvida intrigante. A questão entre viver com uma assombração do futuro, ou uma assombração do passado, tem qualquer coisa de sugestivamente empolgante. 
Rian Johnson superou-se, e surpreendeu com um blockbuster de excelente qualidade.