E se o mundo acabasse dentro de um mês? O que faria? O que faríamos?
Steve Carell e Keira Knightley estão juntos numa aventura improvável e apaixonante. À primeira vista Carell e Knightley pertencem a estilos de cinema diferentes, a nacionalidades diferentes, e a personagens que num filme comum nunca teriam grande efeito juntas. Contudo, Lorene Scafaria apresenta-nos o seu primeiro filme de forma diferente, pondo à prova actores e o próprio conceito de fim do mundo a que estamos habituados. Neste filme há espaço para tudo, para os anarquistas, para os apaixonados, para os inertes, para os frenéticos e até mesmo para os suicidas. Há um ligeiro humor negro que a meu ver é brilhante, e há uma estupidez amorosa. Tudo isto junto parece não fazer nenhum sentido, o curioso é que à medida que se caminha na viagem, e também no filme, ficamos encantados e não podemos deixar de ficar embalados neste final do mundo que pode muito bem ser o inicio de toda uma história.
Gosto de argumento desconexo que ganha sentido a cada minuto que passa, e das personagens desconcertantes que no final são seres humanos muito superiores ao que se espera. Gosto do Steve Carell neste filme, gosto da Keira Knightley, e gosto da química entre ambos, a forma como anulam a diferença de idade, e como se envolvem ao longo de toda esta jornada. Gosto dos momentos musicais e do único conjunto de roupa que usam. Gosto do cão Sorry e gosto da forma generosa como as personagens o embalam. Acima de tudo gosto da forma como tudo isto me faz pensar e de como me faz sentir este fim do mundo que nunca mais acaba.
Um filme simples, amoroso e profundo.
Até que o fim do mundo nos separe...