Chega ao fim a saga que encantou milhares de jovens adolescentes (e também mulheres adultas), que fez a imaginação romântica voar até ao universo obscuro, transformando-o num conto de fadas.
Quem ler o paragrafo anterior e nunca tiver ouvido falar de Twilight (o que me parece bastante difícil), chega mesmo a pensar que a saga é algo totalmente inovador e criativo, no entanto, não é mais do que um conjunto de mundos já explorados, que juntos num clima de romance impossível, torna a história mais apelativa. Para os apreciadores de verdadeiro cinema, este é mais um daqueles filmes que vem estragar as bilheteiras, levando multidões a ver argumentos mal explorados, banda-sonoras comerciais, e efeitos especiais estrondosamente megalómanos. Para os fãs é mais um momento espantoso e de emoção sem precedentes.
Analisando o fenómeno que ocorreu neste anos em que Twilight pairou nos cinemas, chegamos à conclusão que é avassalador o efeito que os livros tiveram no público (e que os filmes mostraram acompanhar), e é espantoso observar o quando sedento o mundo está de escapar à realidade em que se vive, de conquistar uma nova identidade, e de ser amado de uma forma incondicional. Ainda é possível reparar que é normal que estes filmes tenham efeitos colaterais deste tipo em adolescentes, mas em mulheres adultas? É espantoso isto acontecer, e é algo que vale a pena ser repensado.
Quanto a mim Twilight teve um ponto interessante no filme anterior, Breaking Dawn Part 1, com um nível dramático mais acertado e mais ousado do ponto de vista narrativo (embora me continue a parecer fraco). Robert Patison foi o actor que mereceu mais a minha atenção, isto porque, me surpreendeu muito pela positiva em Cosmopolis, aqui em Twilight, fez mais do mesmo, não surpreendeu e manteve-se mal. O restante cast também teve a mesma prestação o que me fez pensar que o problema não é dos actores mas sim da direcção, sobretudo porque Christian Camargo, Michael Sheen e Lee Pace são (quanto a mim) actores fabulosos, e neste filme estão reduzidos a quase nada. O argumento desta vez não é mau, é péssimo, chega mesmo a ser intragável. Não percebo como é possível fazer-se um filme tão desconexo e durante tanto tempo, tudo aquilo que vemos na tela pode ser reduzido a cerca de vinte minutos, e pouparíamos mais recursos e sobretudo tempo.
É complicado explicar o final sobretudo para quem leu o livro, parece interessante, e ao mesmo tempo ridículo. Vou optar por dizer interessante, porque ridículo é uma palavra muito forte quando não se tem a certeza do que se deve dizer. Neste caso, a ideia está bem construída mas a forma como nos é apresentada destrói por completo o clímax de toda a narrativa. Quando se faz um filme em que culmina o momento de imaginação (e não é real), há que criar outras formas de manter o espectador entusiasmado e surpreendido, o que aqui não acontece, e é ai que todo o trabalho de realização falha redondamente. Ou seja, estamos horas à espera de um desfecho único, porque até agora não se viu nada, e no fim nada se vê.
Agradeço não ter e-mails desconcertantes e insultuosos, porque com o Twilight eu tenho sempre más experiências.