There is a meaning to everything, we just need to find it!
Como os meus leitores mais assíduos sabem, eu não costumo publicar as minhas opiniões sobre filmes não recentes. Excepto quando vale mesmo a pena falar neles, apresento aqui mais uma excepção...
Joseph Gordon-Levitt é um jovem que acredita no amor, nas almas gémeas e no destino. Zooey Deschanel é uma jovem que não acredita no destino, nas relações e no amor. Quando estes dois se encontram, inicia-se uma viagem única, num ciclo de 500 dias em que ambos estão juntos.
O filme é um gigantesco mar de emoções, que apesar de o espectador já saber o que irá acontecer no final, não o impede de se emocionar, de se divertir, de se arrepiar e de se rir com se não houvesse um amanhã. Quando um homem que acredita que tudo acontece por uma razão, que nega o acaso ou a coincidência, ficando fechado no seu próprio mundo, limitando-se a esperar por um milagre, ou algo emocionante, se une a uma mulher que considera o destino algo sobrevalorizado, e que não consegue manter uma relação porque simplesmente não acredita nelas, o espectador toma imediatamente partido de um dos dois lados, conforme o tempo passa percebe que no final ambos têm razão... É verdade que no universo tudo acontece por uma razão, é verdade que existe coincidências, é verdade que o destino existe ou não, é também verdade que as relações podem ou não funcionar, o que se torna errado aqui não são os ideais que cada um tem, mas sim a forma como esses mesmo ideais fazem os personagens agir. Existir destino não implica que alguém fique estupefacto, deixando a sua vida escalar o tempo sem que nada de novo aconteça, o facto de algumas relações não funcionarem, não implica que estejamos sempre a cortar laços com todas as pessoas que possam ser potenciais parceiros amorosos.
A narrativa é sem duvida o ponto forte deste filme, criando um mundo único e especial. A isto juntam-se interpretações convincentes e uma realização peculiar.