terça-feira, maio 22

Dark Shadows

Not every Shadows are Dark...

O "trio maravilha" regressa aos cinemas todavia, desta vez, conseguiu surpreender-me. Antes de avançar alerto que vou tentar a todo o custo não escrever a palavra "confesso", pois imagino que com a minha intensa recorrência à palavra os meus caríssimos leitores comecem a confundir este espaço, dedicado à sétima arte, com um confessionário pessoal, e não pretendo que isso aconteça. Voltando ao assunto central deste texto, o filme, volto a repetir que, foi uma agradável surpresa, que se tornou  muito mais "saborosa" depois da terrível desilusão que foi "Alice in Wonderland" o que tornou as expectativas estupidamente baixas.
Tim Burton recria a emblemática série "Dark Shadows", que esteve no ar nos anos 60 a 70. Por não visto a série (muito provavelmente porque não era nascida), seria complicado para mim fazer uma ponte entre o original e o remake, por esse motivo centrar-me-ei sobretudo nos altos e baixos que este filme nos apresenta.
Começando pela fotografia, passando pela caracterização e terminando na banda-sonora, podemos dizer que são os pontos mais altos deste filme. Obviamente que as interpretações são também elas esplêndidas, mas isso com Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Michelle Pfeiffer, Christopher Lee e Jonny Lee Miller é garantido. Eva Green conseguiu atingir a essência da personagem sendo dona de uma performance arrebatadora e sensual. Regressando à categoria musical Danny Elfman volta a entrar no ritmo de Tim Burton fazendo um esplêndido trabalho, trabalho esse, que talvez tenha sido o que mais se destacou (no meu ponto de vista) em todo o filme.
Os efeitos especiais têm "Je ne sais quoi", muito diferente do que foram os anteriores filmes do realizador, houve uma grande contenção na utilização dos efeitos, e isso resultou. Note-se que este homem prima pela arte manual, pelo desenho irregular e pouco geométrico que os computadores nos oferecem, é aí que reside a magia e a criatividade desta mente "louca e tresloucada" de meias às riscas!
Aquilo que eu pensava ser mais uma desilusão que este extraordinário homem que iria dar, tornou-se uma incrível, emocionante, hilariante e aterrorizante viagem aos tempos áureos Burton.

Em suma, as aparências iludem, literalmente!