quinta-feira, janeiro 16

Hobbit - The Desolation of Smaug


Para quem lê os livros os filmes parecem sempre tão...

Hobbit - The Desolation of Smaug é a segunda parte de uma aventura magnifica, transformada numa longa e penosa jornada de invenção. As aventuras de Bilbo Baggings são prolongadas de uma forma monstruosa, que tortura o espectador desatento e irrita os verdadeiros apreciadores das aventuras pela terra média, originalmente criadas por Tolkien.
Peter Jackson comete o erro de exagerar (mais uma vez), na quantidade de batalhas e efeitos especiais deixando murchar a verdadeira essência de Hobbit, tal como já havia sido feito em Lord of the Rings, mas de uma forma mais abusiva. Não estamos a falar de exagero em número de actores nas batalhas ou excesso de fogo numa "explosão", estamos a falar de introdução de personagens e alteração de narrativa que acaba por ser um um pouco insultuoso à genialidade de Tolkien! Neste caso o desejo de tornar este filme vendável, tornou-o uma penosa desilusão.
Mas nem tudo são más noticias, temos sempre o Dragão Smaug, que quanto a mim está extraordinário, e combinado com a magnifica e mística voz de Benedict Cumberbatch torna-se absolutamente perfeito. Se o filme não se chamasse Hobbit e não tivesse sido baseado na obra de Tolkien, apenas e somente nessas circunstâncias o filme poderia ser considerado uma obra prima em conteúdo visual e sonoro, mas com a fraca produção argumentativa e o excesso de "liberdade" na adaptação torna tudo despontante.
Martin Freeman é uma excelente escolha para Bilbo, consegue captar de forma instantânea a essência da personagem, um talento desperdiçado ao longa deste filme (no entanto, para mim, Freeman continua a ser John Watson). Ian McKellen é outro trunfo em toda a narrativa, mas esta personagem e este homem dispensam qualquer tipo de apresentação formal. Lee Pace era a minha grande expectativa, um actor novo, polémico e com um gigantesco potencial, não desilude, mas também não encanta.
Para quem não leu o livro, tenha a liberdade de desfrutar da poderosa máquina cinematográfica que este filme proporciona. Quanto aos ávidos leitores, tomem a liberdade de se desiludir...