Um homem enfadonho, assombrado pela monotonia, resolve viajar no tempo...
Um filme tipicamente pós 25 de Abril chega aos cinema mais de meio século depois, com uma voz amargurada de revolta.
Quem diria que Jeremy Irons iria ser o homem que caminharia pela calçada Lisboeta numa tentativa incessante de procurar história nacional (e patriota), como forma de encontrar rumo para a sua bússola existencial. O actor procura rumo para a sua interpretação e em muitas ocasiões encontra-a, mas perde-a com muita facilidade. A história tem um potencial abismal que se perde numa realização fraca, num argumento confuso, numa banda-sonora enfadonha, e com algumas interpretações demasiado teatrais.
Surpreendentemente os Portugueses foram gloriosamente dos melhores actores em cena, com Marco D'Almeida e Adriano Luz que são donos dos melhores momentos na tela. Louva-se Jeremy Irons, Charlotte Rampling e Lena Olin, no que respeita a Jack Huston, depois de o ver em Boardwalk Empire é difícil revê-lo numa performance inferior, no entanto não esteve muito mal. Lisboa está perfeita como sempre, com uma fotografia que não lhe faz jus.
Um filme patriota, mas mal conseguido, mais um potencial drasticamente arruinado.