Um homem com um sonho preso num corpo de mulher...
Glenn Close apresenta-nos o papel mais complexo da sua carreira, depois de mostrar que sabe ser vilã, que sabe ser uma mulher sedutora, resolve mostrar-nos que também sabe ser homem. No papel, que talvez tenha sido o da sua vida, sai derrotada nos Oscares mas antes, deixa-nos, com toda a certeza, uma grande personagem na história cinematográfica.
É um filme que prova que, de um argumento medíocre pode sair uma grande performance, muito possivelmente porque a personagem de Close vive essencialmente de silêncios, olhares e monólogos. Por mais incrível que possa parecer, todo este processo silencioso não deixam o espectador cansado mas sim, curioso e algo intrigado.
As actrizes secundárias, Jane McTeer e Mia Wasikowska, são fenomenais no acompanhamento da magnifica performance de Close. A beleza desta actriz fica absolutamente alterada com a simples mas, eficaz caracterização que, apesar de discreta, se torna um factor determinante na credibilidade da sua personagem.
Um filme que tem tudo para ser bom mas que perde muito no argumento e fotografia que chegam a ter momentos verdadeiramente fracos.
Mais um interessante filme de Rodrigo Garcia que já nos provou ser magnifico em televisão, com as espectaculares séries Sete Palmos de Terra e Sopranos, que todos nós vimos com uma especial e tremenda avidez!