Um psiquiatra resolve ajudar uma paciente com tendências masoquistas entre outras psicoses, no entanto, isso poderá mudar a sua vida para sempre...
Começo por louvar e aplaudir a actriz Keira Knightley que está completamente fabulosa e assustadoramente perfeita neste filme. Esta jovem artista chega mesmo a superar-se nas cenas iniciais, quando reina o auge da loucura da sua personagem, Sabrina. Knightley revela uma enorme preparação para o papel e uma excelente interpretação, tão perfeita que por vezes até se torna incomodativa.
Esta magnifica performance vem acompanhada de outra igualmente brilhante falo, obviamente, de Viggo Mortensen, que demonstra mais uma vez as suas extraordinárias capacidades artísticas. Michael Fassbender tem uma representação marcante, mas nalguns momentos pouco convincente. Em suma, neste plano o filme está magistralmente bem conseguido, com uma reunião de dois bons actores que superam qualquer expectativa do espectador.
Como um bom actor não se revela sem um bom argumento (ou pelo menos é algo bastante raro), este texto está deveras bem construído, com a carga dramática ideal sem chegar ao exagero. Acompanhado por uma banda-sonora que, com os gritos ensurdecedores de Keira, se torna verdadeiramente arrepiante.
De um modo geral o filme está bastante interessante, o que me deixou um pouco mais desiludida foi a realização, sobretudo no final onde esperava uma visão mais introspectiva. Penso que David Cronenberg confiou em demasia no magnetismo que Knightley revela em frente às câmaras, com isto não estou a dizer que ela não tenha mostrado esse poder magnético, porque o fez (sobretudo no inicio do filme). Todavia, a personagem que incorpora possui uma elevada carga dramática, que se vai perdendo à medida que avança o tempo no filme.
Com isto espero muito sinceramente que Keira Knightley seja nomeada para o Oscar de melhor actriz secundária. Espero que bem acompanhada por Viggo Mortensen e Joseph Gordon-Levitt (50/50). No entanto, as previsões não me deixam muita esperança...