sexta-feira, novembro 12

A Rede Social

E finalmente chega às salas de cinema um filme que retrata a nossa geração, a tão criticada geração pela falta de calor humano aquela que é severamente punida pela ilusão e falsa confiança que debita em relações e pessoas que mal conhece, a que banaliza valores éticos e morais.

São as amizades desta geração ingénua que marca o tema deste filme. A vulgarização da palavra amigo é crucial para o desenrolar da acção. A facilidade com que a palavra amigo nos sai da boca para caracterizar um conhecido, é mais do que muita, é arrepiante saber que temos milhares de conhecidos mas quando queremos um ombro para chorar está apenas um teclado, um ecrã ou um rato de computador. É absolutamente assustador a forma como alguém em que confiamos nos destrói e nos corrói como pessoas e seres humanos, e a história fica progressivamente mais horripilante quando a nossa necessidade de pertencer a um "clube" e o desejo de nos tornarmos especiais é tão forte que vendemos a nossa própria felicidade ao sacrifício de deixarmos de ser quem somos!

É exactamente esta a vida de
Zuckerberg, um génio dos computadores que antes de ser bilionário era um "outsider", e como muitos de nós e que sofreu na pele a pressão social e criou uma forma de sermos todos iguais "O Facebook"... A questão reside: Valeu a pena?! Segundo Fernando Pessoa "Tudo vale a pena se a alma não é pequena!"

Em relação ao argumento está divinamente bem escrito e envolvente, David Ficher reforça-o da melhor maneira, com uma paleta de actores com interpretações verdadeiramente brilhantes, começando pelo jovem
Jesse Eisnberg que tem um realismo tal na personagem que interpreta que parece surreal! Talvez um dos filmes da década, vamos esperar até aparecerem mais pérolas!